quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Era uma vez uma menina...

Cega que se odiava pelo fato de ser cega!

Ela tbm odiava a todos exceto seu namorado!Um dia ela disse que se pudesse ver o mundo, ela se casaria com seu namorado. Em um dia de sorte, alguém doou um par de olhos a ela! Então o seu namorado perguntou a ela: Agora que vc pode ver,vc se casa comigo?A garota estava chocada quando ela viu que seu namorado era cego! Ela disse:Eu sinto muito,mas não posso me casar com vc porque você é
cego! O namorado afastando-se dela em lágrimas disse: Por favor, apenas cuide bem dos meus olhos,eles eram muito importantes pra mim...
Nunca despreze quem ama você!As vezes as pessoas fazem certos sacrifícios
e nós nem ligamos...

Essa é curta mais é linda! Autor desconhecido!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

"Amor verdadeiro é aquele que o vento não leva e a distância não separa."
"Não podemos voltar atrás e fazer um novo começo,mas´podemos recomeçar e fazer um novo fim"
 
"Amor é igual o vento,não pode se ver,mas se pode sentir "
"Acredite em mim como um conto de fadas"
 
"É só você que torna doce a vida, e faz querer que as asas do tempo sejam cortadas,  pois o tempo não só parece como realmente voa rápido demais, demais mesmo, para aqueles que amam... "
 
"Solidão não é só ficar no escuro,sozinha. É está sem o seu carinho."
"Se o amor é fantasia,eu me encontro ultimamente em pleno carnalval"
  "viver não é só ser feliz,é amar também!"

Nossa quimica...


Tudo começou, estranho e sem querer,Não sabia que iria tão longe com você,Impossível imaginar nossa história assim,aconteceu e hoje sou feliz sim.Passar o tempo ao seu lado é o que me deixa feliz,viver com você do jeito que eu sempre quis.É a primeira vez que eu levo alguém a sério,Confesso agora que o amor tem la seu mistério.Mas quero que se lembre e nunca se esqueça meu coração é todo seu, eu piro minha cabeça antes de dormi eu penso na gente,a tarde toda agarrados, isso não sai da minha mente.Muda meu estado, realmente apaixonado.Ciúmes de você você sabe que eu mostro se tenho ciúmes é porque eu gosto
 Nosso relacionamento é de plena confiança,Confio em você apesar de toda a distancia espero o tempo que for, pra te ter um dia menina você pra mim é a melhor companhia.É você e não é mais ninguém nenhuma me faz me sentir tão bem eu te amo de verdade, sem exagero seu amor pra mim me completa por inteiro.Nossa química é perfeita não precisa nem falar a gente sabe conversa apenas no olhar.Que seja eterno enquanto dure e que dure para sempre essas são palavras chaves quero que você se lembre.Não tenta insistir eu digo é bem capaz você me ama mas eu amo muito mais.E quando as declarações estiveram no fim não tem mas o que falar, então agora cola em mim.Cola pra sempre pra nunca mais soltar e deixa o resto o destino revelar. Um dia, uma semana, um mês ou um ano o tempo vai passar e eu digo que te amo.Verdadeiro é o que eu estou sentido difícil esconder impossível estar mentindo.Me abrace, me beije o tempo não para a felicidade que é nossa arma contra os invejosos e contra os fofoqueiros na guerra chamada amor nós somos os guerreiros.
                                                                    
Devia ter amado mais,Ter chorado mais,Ter visto o sol nascer.Devia ter arriscado mais,E até errado mais,Ter feito o que eu queria fazer...Queria ter aceitado as pessoas como elas são,cada um sabe alegria,E a dor que traz no coração...O acaso vai me proteger,Enquanto eu andar distraído.O acaso vai me proteger,Enquanto eu andar...Devia ter complicado menos,Trabalhado menos,Ter visto o sol se pôr, Devia ter me importado menos com problemas pequenos,Ter morrido de amor,Queria ter aceitado a vida como ela é,A cada um cabe alegrias,E a tristeza que vier...O acaso vai me proteger,Enquanto eu andar distraído, o acaso vai me proteger, enquanto eu andar...

sexta-feira, 25 de junho de 2010

No Balanço do Vento ...

Chegando ao aeroporto de Paris, pegando minhas malas e indo em direção á minha tia, ela correu e veio ao meu encontro, me deu um abraço e disse:
-Bem Vinda a Paris Mary Jane!
-Obrigada tia...
-Vamos para casa, está muito frio hoje.
-Vamos...

Chegamos á casa da minha tia, fui para meu quarto, tomei um banho, coloquei uma calça jeans, uma cacharrel azul e um casaco bege, um chapéu-touca azul e meu all star. Deixei meus cabelos solto, e passei perfume. Olhei a rua pela janela do meu quarto e vi as pessoas passeando pela ponte da frente da casa da minha tia. Desci as escadas do meu quarto, e fui caminhar pela ponte, em cima do mar. As ruas estavam molhadas, a neve deslizando para o mar, o vento frio passando por mim, as folhas e flores caindo das árvores, os passarinhos cantando. Fiquei olhando o mar, encostada na ponte, logo depois comecei a caminhar olhando o sol se por. Quando esbarrei em alguém, trocamos um olhar, e eu disse:
-Desculpa...
-Tudo bem, me desculpa tambem.
-Tá...
-Eduardo. - ele disse estendendo a mão.
-Mary... Jane... - apertei a mão dele.
Ele sorriu e disse:
-Aceita tomar um chocolate quente comigo?
-Tá... É uma boa idéia... - sorri.
Fomos á um restaurante, tomamos chocolate quente e ficamos conversando. A tarde ele me levou até em casa, me despedi dele e entrei em casa, minha tia sorriu ao me ver, e disse:
-Oi filha. Tudo bom?
-Oi tia, tudo sim, ér, eu vou ir tomar banho.
-Pode ir, estou terminando de fazer o jantar.
-Ta bom... Tia.
Subi para meu quarto, tomei banho na minha suíte, coloquei um moletom, e fui jantar. Após a janta, fui dormir.
 No dia seguinte, acordei, tomei banho, coloquei uma calça jeans, uma cacharrel branca, um casaco cinza, um chapéu-touca cinza, meu all star. Passei perfume, e desci as escadas do meu quarto para tomar café. Minha tia iria ao mercado, fiquei em casa, arrumei a cozinha, e fui aonde tinha encontrado Eduardo na tarde passada. Fiquei olhando o sol se por quando Eduardo para do meu lado e diz:
-Oi! Tudo bem?
-Oi Eduardo... Ta... E você?
-Ta tudo bem! - ele sorriu. - Novidades?
-Humm... Nada e você?
-Nada... E você gostaria de sair comigo amanhã?
-Tá... Te encontro aqui amanhã.
-Ok. - ele sorriu.
 Fui me virar para ir para casa, Eduardo segurou meu braço, e me puxou para perto dele, ele me olhou e eu fechei os olhos, e ele me beijou. Não posso negar, mas foi o melhor beijo. Depois ele sorriu e eu fui embora. Cheguei em casa, tomei banho, coloquei um moletom, dei "boa noite" pra minha tia, fui dormir.
  No dia seguinte, acordei e vi que estava nevando, tomei banho, coloquei uma calça jeans, uma cacharrel verde, um casaco marrom, um chapéu-touca verde, meu all star. Passei perfume, desci as escadas do meu quarto para tomar café. Minha tia já estava sentada a mesa, me sentei ao lado dela e comecei a tomar meu café, ela sorriu e disse:
-Hoje esta nevando, você já viu?
-Sim, vi pela janela do meu quarto, a cidade fica muito bonita.
-Fica sim. Bem vou fazer despesa e passar na minha colega, quer ir?
-Não, obrigada.
-Ok, tchau.
Ela saiu, eu acabei de tomar meu café, me escovei, coloquei um par de luvas e sai. Quando vi Eduardo encostado na ponte, fui em direção á ele, e ele sorriu:
-Oi!
-Oi... Dudu.
Ele ficou me olhando, e nos beijamos, quando vi uma pedrinha brilhante na neve, peguei e vi que era um par de alianças, Eduardo sorriu e disse:
-Pra Você!
Sorri, e olhei o par de alianças, quando Eduardo, me olhou assustado e gritou:
-Mary Jane, cuidado!
 Sem entender nada, olhei para trás, e vi neve, muita neve vindo em minha direção. (...) Acordei, ouvindo alguns sussurros, e quando abri meus olhos, minha tia disse:
-Mary! Mary Jane! Estás viva! Estás.
-O-oi tia... Por que diz isto?
-Você sofreu um acidente.
-O que aconteceu?
-Você é Eduardo estava na ponte, quando uma avalanche pegou você, e você caiu na costa do mar, com a areia. Eduardo foi muito corajoso, e tentou de tudo para te tirar debaixo da neve. Horas, horas mesmo, depois o resgate chegou.
-Quanto tempo estou aqui?
-De dois a três dias.
-Cadê Eduardo?
-Bem filha...
-Cadê ele, tia?
-Você ficou muito tempo embaixo da neve, e quase partiu.
-Eu não quero saber de mim, tia! Cadê Eduardo?
-Calma Mary! Vai ficar tudo bem...
-Como assim, tia?
-Fica calma, Mary!
-Por favor... - sussurrei. - Cadê Eduardo?
-Filha... Ele partiu.
-Como assim? Quem sofreu o acidente foi eu!
-Eu sei... Mas você precisava de um coração novo... A neve te sufocou.
-O que? Ele... Se foi por minha causa? - comecei a chorar.
-Calma, Mary. Ele te deixou esta carta.
 Ela me entregou um envelope, e saiu. Eu peguei o envelope, e abri. Peguei a folha de carta, e comecei a ler:
Mary Jane, saiba que um dia, eu te amei, sim te amei muito, e para sempre te amarei... Não consegui te ver partindo, então decidi dar o meu coração para você... Ele já te pertencia então não podia negar... Estaremos juntos, sim juntos para sempre, eu estarei com você, para sempre. Sempre que sentir minha falta, olhe para dentro de você, eu estou no seu coração, juntos, e eu nunca deixarei de te amar, jamais. Por isso, aceitei dar o meu coração para você, quando o médico disse que você partiria... Mas não existe meu "eu" sem "você", mas existe "eu" em "você". Mary Jane, te amo muito. E saiba, estarei com você... Para Sempre! Te Amo, Eduardo.
Terminei de ler esta carta, chorando. Sim, eu o amava, mas agora estavamos mais juntos que nunca, e para sempre. Meses se passarão, e hoje, estou aqui, lendo esta carta e vendo o sol se por, aonde eu conheci Eduardo, nessa ponte que dá ínicio á uma amor, e um fim. E eu sei que um dia eu conhecerei outro alguém, No Balanço do Vento.

                                                                            Nicolle



Fim.


Era dia 7 de outubro ...

Ana se lembrava bem. Como em todos os outros dias, ela se levantou, entrou embaixo do chuveiro, lavou seus cabelos, colocou uma roupa, comeu algo e foi pra escola. Quando a garota chegou em casa, abriu seu MSN. Um convite novo. ‘Aceite’, pensou ela. Foi por sua intuição, sempre ia. Era um garoto, chamado Bruno. Os dois começaram a conversar. Com o tempo descobriram que gostavam das mesmas bandas, das mesmas comidas, do mesmo tudo.
Tinha quase tudo em comum, exceto uma coisa: a cidade. O garoto morava em Londres. A garota, em Bolton, uma pequena cidade ao sul da Inglaterra.
Eles começaram a conversar mais e mais. Cada dia mais, cada vez mais. A mãe de Ana achou que estava viciada em internet, o que realmente estava. Ela estava certa, Ana não podia contrariá-la. A garota era apenas muito preocupada com seu futuro, não deixava de fazer lições de casa para entrar no computador. Mas assim que acabava, ligava logo o aparelho.
Era também o caso de Bruno. O garoto sempre que chegava da escola deixava o computador ligado, com o Messenger aberto. Desligava a tela do computador, e fazia a lição. Sempre tinha pouca, então ficava esperando Ana, até 6 da tarde, que era quando a garota entrava, mais ou menos.
Os dois começaram a conversar aos 17 anos, e foi assim. No começo dos 18 anos, aconteceu a coisa mais esperada pras amigas de Ana (sim, porque as amigas sabiam de tudo, e esperavam há cerca de 9 meses algo acontecer): Bruno a pediu em namoro.
E foi assim, se conheceram por um computador, namoravam por um computador. O que os dois tinham era maravilhoso. Uma coisa que as amigas de Ana jamais haviam experimentado, ou ouvido falar. Nem mesmo na ‘vida real’. Eles confiavam um no outro mais que qualquer casal que todas as amigas de Ana já tinham visto, ou ouvido falar. Isso requer, realmente, muita confiança. E eles se amavam. Quando as amigas de Ana passavam o dia na casa da garota, elas viam a conversa. Elas conseguiam sentir o amor.
Eles estavam completa e irrevogavelmente apaixonados. Não havia nada que mudaria aquilo. O tempo passou, os dois ficavam mais apaixonados a cada dia (o que ia totalmente contra as idéias de Marcela, amiga de Ana. A garota pensava que a cada dia que se passasse, a tendência era o amor se esvair. Eles provaram que estava errada). Todo dia de manhã, na hora da aula dos dois, Bruno ligava para a garota. A acordava, para começarem o dia com a voz um do outro. Um dia o garoto apareceu com a boa notícia: ele conseguiria ir para Bolton. Passaria um dia lá, pois viajaria.
Eles se encontraram à noite, em frente à ex-escola de Ana. Ela conversou com o garoto. Ana não quis beijá-lo.
- Vou ficar dependente de você. Sei que você é uma droga pra mim, é viciante. Então se eu te beijar hoje, não vou conseguir ficar mais um minuto longe de você. A gente vai se reencontrar. E ai, vamos ficar juntos pra sempre.
Ela disse e o abraçou. Com mais força do que já abraçou outra pessoa. E o garoto se contentou em encostá-la. Ele sabia que o que Ana estava falando era verdade. Eles IRIAM se encontrar. E IRIAM passar o resto da vida juntos. Ele tinha certeza que ela era o amor da vida dele. Bom, agora a ‘maldita inclusão digital’ se transformou na melhor maldita inclusão digital.

O tempo passou rápido quando eles estavam juntos. Se divertiram muito, e Bruno gostou da simpática cidade da sua namorada. Ele foi embora no dia seguinte, cedo demais para conseguirem se despedir.
O tempo passou, e o amor dos dois só ia aumentando. Passaram-se 6 meses desde que Ana tinha conhecido seu namorado pessoalmente, e Marcela ainda não entendia por que eles não tinham se beijado.
- Any, você já parou pra pensar que pode ter sido uma chance única?! Você foi idiota, você sabe disso, né? – A garota dizia, sempre culpando Ana.
Mas ela sabia o que era melhor pra ela. Já tinha cansado de explicar para Marcela. Não explicaria mais uma vez. Haviam 9 meses que os dois namoravam, e um ano que se conheciam.
Eles se amavam muito, mais que qualquer pessoa que as amigas e amigos do casal já tinha visto. Um dia, Bruno apareceu com a notícia: ele conseguiu uma bolsa em uma faculdade em Bolton, e se mudaria para a cidade tão desejada.
Ana se chocou com isso. Por semanas se perguntou se sacrificaria o tanto que o garoto iria sacrificar por ele. Mas ela não era a maior fã de pensamento. Isso a fez mal.
- Any, deixa de ser besta. Você o ama, até eu posso perceber isso! E você sabe, eu não sou a pessoa mais esperta do mundo. – Marcela disse, encorajando a amiga.
- Eu sei, Marcela, mas... Ele tá desistindo da vida toda dele em LONDRES pra vir pra BOLTON! Por mim! – Ana disse – E pela bolsa que ele ganhou na faculdade, mas é mais por mim, ele me disse.
- Ana, presta atenção. – Ana olhou pra amiga. – Você não sabe quantas meninas invejam você. Não sabem mesmo. Eu, por exemplo, te invejo demais. Daria qualquer coisa pra ter um namorado como o seu.
Vocês confiam tanto um no outro, e se amam tanto. Eu tenho até nojo de ficar no quarto com você quando você ta conversando com ele. É um amor que se espalha no ar, que nossa senhora! Eu consigo sentir os coraçõezinhos explodindo pelo quarto. Ai fica tudo rosa, e você fica com uma cara de sonho realizado pro computador! Any, pára de subestimar o que você tem. Deixa de ser idiota.
- Você é um amor, sabia? Marcela, não sei. Não dá. Eu não desistiria de tanto por ele, e eu acho injusto ele desistir de tanto por mim.
Marcela bufou. Porque a amiga tinha que ser tão burra?
Meses se passaram, o tempo passava rápido. Ana não terminaria o namoro por messenger, frio demais. Ela esperaria o namorado chegar.
A garota tentava adiar o máximo possível, por mais que quisesse ver o garoto de novo. Ele tinha um cabelo lindo, e olhos mais ainda. Ana conseguiria ser invejada por todas as garotas da cidade se fosse vista com ele. Mas ela não queria inveja. Queria seguir o seu coração.

Quanto mais Ana queria adiar a situação, mais as horas corriam, e com elas os dias, as semanas, as quinzenas, os meses. O ano.
Chegou o dia; Ana esperou o seu futuro-ex-namorado onde se encontraram meses atrás.
Ela negou o beijo mais uma vez. O namorado ficou sem entender, mas aceitou.
- Olha, eu tenho que conversar com você.
- Diga. – Bruno sorriu.
- Quando você me disse ‘Vou me mudar pra Bolton’, eu fiquei feliz. Mais feliz que já fiquei há muito tempo. Mas depois eu comecei a pensar se faria o que você ta fazendo por mim. Você desistiu de toda sua vida em Londres, Bruno.
- Eu sei. Pelo melhor motivo na face da Terra.
- Não, não é. Eu sinto que eu não to sendo justa com você. E sem ser justa com você, eu não sou justa comigo. Eu não sei se eu faria o que você fez. Eu acho que não. Eu sou egoísta demais, eu não sei. Não quero mais ser injusta com ninguém, não quero dormir pensando isso. Há meses eu penso nisso, e fico com peso na consciência. E, de verdade, eu não sei se seu amor é o suficiente pra mim. – A garota disse e virou as costas.
Foi andando para a sua casa. E ao contrario de momentos tristes clichês (n/a: eu odeio clichês), não estava chovendo. O céu estava azul, o sol brilhava, como raramente acontecia em Bolton. Mas o que estava dentro de Bruno (e de Ana) não era assim tão brilhante.
Para Ana chegar em casa, tinha de passar pela frente da casa de Marcela – era esse o motivo de um sempre estar na casa da outra; elas moravam lado a lado. A garota passou correndo, chorando, enquanto Marcela estava na janela. Marcela saiu correndo de casa – ignorando completamente o estado critico em que se encontrava: blusa dos ursinhos carinhosos, cabelo preso em um rabo-de-cavalo mal ajeitado, short curto de florzinhas e pantufas do tigrão – indo logo para a casa da amiga. Ela bateu a campainha, e a mãe da amiga atendeu. Disse que podia subir as escadas, Ana estava em seu quarto.
Marcela subiu correndo, tropeçou, quase caiu 3 vezes – ‘Malditas escadas enormes’, pensava – mas chegou ao quarto em segurança (lê-se sem sangue escorrendo pela cara).
- Any! O que foi, amor? – A garota encontrou a amiga deitada, chorando em sua cama.
- O Bruno! – Ana não conseguia falar direito. Por essa mini-frase Marcela tinha entendido. Não tinha mais Ana e Bruno pra sempre e sempre e sempre e sempre. Agora era Ana.
A garota aprendeu a viver com a dor. Passaram-se 5 anos, Bruno estava formado em direito, era um advogado de sucesso, ainda morando em Bolton – nunca largaria a cidade que abrigava seu, ainda, maior amor. Ana era uma fotógrafa de sucesso, ganhava a vida fotografando famosos de todo mundo – mas não saíra de Bolton também, amava a cidade com todas e cada fibra de seu ser.
Bruno era melhor amigo de Ana, Ana era melhor amiga de Bruno. Ana tinha um noivo, um executivo de sucesso, que vivia de Londres pra Bolton, de Bolton pra Londres. Já Bruno sabia: por mais que tentasse achar alguém igual à Ana, não conseguiria. Só ela seria o amor da sua vida, que ele amava excepcionalmente. Nunca iria mudar.
Ana iria passar algum tempo fora da cidade, iria para a capital, fotografar uma banda inglesa. Iria dirigindo à Londres – depois de tanto custo para tirar a carteira de motorista, agora queria mostrar ao mundo que tinha um carro e sabia guia-lo.
Um carro. Dia chuvoso. Pista dupla. Um caminhão. Visão confundida. Bebida em excesso. No que isso poderia resultar? Não em uma coisa muito boa, com certeza. O caminhão bateu de frente com o carro de Ana. Ela não estava muito longe de Bolton, portanto ela foi levada para um hospital na cidade. O seu noivo, por sorte, estava em Bolton. Foi avisado, depois os pais, Marcela. E por ultimo, Bruno.
Ele se apressou em chegar ao hospital que Ana estava internada. Ele chegou antes mesmo de Felipe, noivo da garota. Bruno andou por corredores com luzes fluorescentes fracas, brancas, o que aumentava a aflição dele.Como estaria Ana? A SUA Ana? Ele nunca imaginou nada de mal acontecendo à SUA Ana. Ela sempre seria dele, amiga ou namorada. Seria dele.
Achou o quarto em questão, 842. Abriu a porta com cautela, e viu a imagem mais horrível que jamais poderia ter imaginado: Ana, sua Ana, deitada em uma cama de hospital, com ferimentos por todo o rosto e braços – as únicas partes de seu corpo que estavam aparentes. Ele chorou. Não queria ver a pessoa que ele mais amava em todo o universo daquele estado. ‘Frase clichê’, pensou, ‘mas porque não eu?’. As lágrimas caiam com força. Ele saiu do quarto com a visão embaçada pelas lágrimas; não sabia o que podia fazer.Ele foi para o lugar do hospital em que se era permitido fumar, e fez uma coisa que não fazia desde que tinha conhecido Ana: acendeu um cigarro. Começou a fumar, e ficou sozinho lá, encarando a parede. Imaginando se teria sido diferente se ele tivesse continuado em Londres. Ele lembrava, foi quem apoiou o curso de fotografia.
- Ah, cara... – Ana chegou se lamentando.
- Que foi, Any? – Bruno sorriu.
- Eu tenho que escolher o que eu vou fazer da vida, mas... É difícil demais!
- Eu sei bem como é... Porque não tenta fotografia? – Bruno apontou para a máquina digital, que agora estava nas mãos da garota. – Eu sei que você adora tirar fotos.
- Bruno, sabia que você é um GÊNIO? – Ana sorriu e abraçou o melhor amigo. SEU melhor amigo.
Se ele não tivesse sugerido o curso, Ana não estaria no hospital à essa hora. Os pensamentos profundos do garoto foram cortados quando a porta se abriu, fazendo o garoto estremecer.
- Ah, que susto, doutor. – Bruno se virou.
- Desculpe. Você é Bruno, certo?
- Certo.
- Bom, você tem bastante contato com Ana, certo? – Bruno balançou a cabeça positivamente. – Nesse caso, eu sinto muito. Para sobreviver, a Ana precisaria de um coração novo.
A lista de espera por um coração é grande, e não sei se ela conseguirá sobreviver até chegar sua vez de receber um novo coração.
Como poderia viver em um mundo sem Ana?! Saiu do lugar. Não podia esperar as coisas acontecerem, e ele ser egoísta e ficar em seu mundo, fumando até Ana ir pra outro lugar. Ele pegou um papel, uma caneta e escreveu um endereço, e um horário, uma hora depois daquilo. Entregou para o noivo de Ana, que agora estava na sala de espera.

- Já foi vê-la? – Perguntou Bruno. O noivo negou com a cabeça.
Ele saiu andando, saiu do hospital. Foi para seu escritório, pegou 3 papéis grandes e digitou 3 cartas. Uma para os pais. Uma para Ana. E uma sobre os desejos que tinha.Ele tomou um remédio depois disso. E dormiu, lenta e serenamente, dormiu. Não acordaria mais. Quando o noivo de Ana chegou, encontrou Bruno deitado no chão, sem pulso. Estava morto. Em cima da mesa, 3 cartas. Um recado para ele: "Eu não gosto de você. Nunca vou gostar. Mas mesmo assim, você tem que fazer algo que não poderei fazer. Leve meu corpo para o hospital, com essa carta em cima dele. A carta que está em cima das outras.

Após isso, entregue a segunda carta para Ana quando ela acordar. E quando a noticia da minha morte chegar, entregue a terceira para os meus pais."
Assim acabava a carta. Felipe não acreditava no que lia. Não acreditou, e nem precisava. Correu para o hospital em seu carro. Ele entregou a carta e o corpo do homem, que agora estava ainda mais branco. Aconteceu na hora; o coração dele foi tirado e levado para Ana. Quando ela acordou, não muito depois, viu os pais dela, seu noivo e os pais do namorado de 6 anos atrás. Eles sorriam e choravam; ela não entendeu. Foi quando viu a carta com a letra dele, escrito o nome dela. Ela pegou a carta e leu, então. "Meu amor, bom dia. É hora de acordar. Eu não pude te ligar hoje, você estava ocupada. Por isso deixei essa carta. Sabe, eu não vou estar ai por um bom tempo, as pessoas sabem quando a sua hora chega. E eu aceitei a minha com a mesma felicidade que eu tinha quando te vi na frente da sua escola. A minha hora chegou quando seu fim estava próximo.Eu te prometi que te protegeria de tudo e qualquer coisa que acontecesse, e mesmo sem chamar, eu estive lá. Desta vez não me chamou, quis resolver sozinha, eu não podia deixar. Eu resolvi dar um fim então. Eu estava ficando cansado, o trabalho pesava demais. Mas porque agora? Eu não sei. Mas não teria sentido eu viver em um mundo que você não existe. Então eu decidi ir antes e ajeitar as coisas. Pra daqui a alguns anos nós conversarmos aqui na minha nova casa. Agora eu tenho que ir, meu amor. Esse coração no teu peito, esse coração que bate no teu peito. É o mesmo coração que está inundado do amor que você disse não ser o suficiente. É o mesmo coração que lhe dava amor todo dia. Por favor, cuide bem dele. Agora eu preciso ir, preciso descansar um pouco. Eu vou estar sempre contigo.
Eu te amo !
PS: Não sei se vou conseguir te acordar amanhã. Você me perdoa por isso?"
Então ela chorou. Chorou e abraçou os pais, os pais dele. Chorou como nunca, e tremia por tantas emoções passarem por seu corpo. Ana encarou o noivo. Terminou o noivado naquele dia. Não adiantava esconder algo que estava na cara: ela amava Bruno, e seria sempre o SEU Bruno. ELE era o homem de sua vida, não Felipe. O homem que sempre esteve lá, amando-a ao máximo. Em qualquer momento.
Ela chorou muito, e seguiu a vida. Todos os dias ela lembrava de Bruno. Viver em um mundo sem ele não fazia sentido. Mas não desperdiçaria todo o amor e que estava dentro dela. Ela podia sentir seu coração batendo. Ela lembrava a cada momento, que mesmo separados eles estavam juntos. Mas apenas uma coisa fazia seu coração se apertar, se contorcer de dor. Que fazia uma lágrima se escorrer sempre que pensava nisso.
Ela sentia falta daqueles beijos. Dos beijos que foram negados. Mas ela foi feliz. Morreu com seus oitenta e tantos anos. Mas era sempre feliz. Afinal,


O coração do homem de sua vida batia dentro dela.

                                                                                                                                  Meel @: